terça-feira, março 07, 2006

O Filin n´"A Volta ao Mundo"...

segunda-feira, março 06, 2006

A Senhora da Calle Mayor

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Inlay

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Soa a grafonola... Mas só há on-line!


Em www.latinergy.com ou www.portalatino.net procurar "Lamento Cubano", "Duvideo" ou "Ivan Dias"...

Ensaios

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Um Português Suave à Esquina do Sentimento

Quando cheguei a Havana pela primeira vez, num 1º de Maio de 2001, para fomentar co-produções audiovisuais de conteúdos que fossem comuns a Portugal e a Cuba, - de entre os quais a guerra civil angolana era apenas o mais mediático e onde descobri Matías Péres -, com o ICRT, a Trimágen e o ICAIC (onde ganhei um irmão, Sydney Borjas) o que realmente me movia era a procura daquela Havana musical e anacrónica que Ry Cooder nos tinha desvendado.

Uma noite virando a esquina na Rampa, que junta o Malecón ao Vedado, não resisti ao chamamento de uma voz antiga que jorrava do último andar do Hotel Saint John. Um dos pioneiros do fílin e autor da sua canção bandeira (Rosa Mustia), Ángel Diaz, tocava à guitarra, para dois casais de cubanos numa “cerimónia” sem as congas, as mulatas e os ritmos frenéticos que, alguns pisos abaixo, inundavam as ruas… Estavamos no Rincón del Fílin, ou A Esquina do Sentimento (com prefiro chamar-lhe em vez de O Canto do Sentimento) do Cabaret Pico Blanco com uma tremenda vista sobre Havana e onde o assédio turístico da Rampa dá lugar a uma quieta nostalgia.
Nessa noite contou-me tudo sobre o Movimento do Feeling (ou, mais interessante, o cubanizado filin). Deixou-me carregar-lhe a guitarra (“Cuidado Muchacho!”) e com uma imensa saudade foi folheando o livro de memórias. Do Callejón de Hammel, onde na sua casa se começaram a juntar César Portillo de La Luz, José António Méndez, Ñico Rojas (um notável Engenheiro de Pontes e Compositor que mais tarde numa visita com o músico português, Rui Veloso, nos presenteou com uma tarde de filins em sua casa), Elena Burke, Omara Portuondo, Aida Secada, etc… Das primeiras canções emitidas pela Rádio do Partido Socialista… Até ao desaguar na Nova Trova Cubana de Pablo Milanés… Contava que tinham sobrevivido à Revolução porque o seu sentimento e a sua música eram também, de certa forma, revolucionários. Foram-se transformando em mitos e Ángel Diaz tinha disso a perfeita noção!